sexta-feira, 1 de abril de 2011

Técnica permite que homens portadores de HIV façam fertilização artificial


Casais nos quais apenas o homem é portador de HIV já podem passar por tratamentos de fertilidade sem riscos, de acordo com uma revisão de estudos publicada no periódico holandês Fertility and Sterility. A equipe brasileira do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, responsável pelo estudo, descobriu uma técnica que elimina o vírus do esperma dos homens contaminados. Isso significa que, ao realizar a fertilização artificial nas mulheres - não portadoras -, os riscos de que elas e os bebês sejam infectados são nulos. A técnica, conhecida como 'lavagem' do esperma', vem sendo aperfeiçoada há duas décadas. Por meio de dois métodos diferentes, os espermatozoides saudáveis são separados dos que apresentam problemas. No estudo brasileiro, foram revisados 17 anos de pesquisas que envolveram 1.800 casais onde apenas o homem era portador do vírus. Em cada uma dessas pesquisas, foi monitorada a frequência com que as mulheres engravidaram após os procedimentos e se os bebês haviam contraído a doença ou não. Cerca de um terço das mulheres estudadas passaram pelo procedimento em que o óvulo, já fertilizado pelo espermatozoide, é injetado dentro do útero. Essa técnica é considerada a mais segura nesses casos, já que há um controle maior sobre o espermatozoide que de fato fecunda o óvulo. Mas as demais mulheres foram submetidas ao procedimento onde alguns espermatozoides são colocados diretamente no útero, quando do período fértil da mulher. Aproximadamente metade das mulheres conseguiram engravidar, das quais cerca de 80% deram à luz. Após o fim da gestação, todos os bebês e gestantes deram negativo para o vírus. "É importante frisar que somente sêmen com resultado negaativo para o HIV pós lavado do esperma foi empregado para reprodução assistida", afirma Sonia Lambert Passos, pesquisadora associada do laboratório de pesquisa clínica em doenças infecciosas do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas. As taxas de sucesso da técnica foram ainda comparadas às de casais que também passaram pelo procedimento, mas que não tinham HIV. Segundo os resultados, nos casos onde o homem era portador do HIV, as taxas de sucesso se mostraram maiores, já que, no geral, eles não apresentavam problemas de fertilidade. Os poucos estudos que avaliaram a qualidade dos espermas que passaram pela técnica mostraram que, a cada 100, apenas de duas a oito amostras deram positivo para HIV. Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/tecnica-permite-que-homens-portadores-de-hiv-facam-fertilizacao-artificial

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